Silêncio [em circuito]
Três atrizes apresentam vertentes diferentes de uma mesma mulher em coma aprisionada em seu próprio silêncio, num ciclo que se renova todos os dias.
No último desses dias, essa mulher transborda suas memórias nesse espaço irreal, e tenta fazer audível e visível suas angustias dialogando consigo mesma num texto criado colaborativamente a partir de experiências pessoais das atrizes, depoimentos recolhidos durante o processo e os universos díspares das mulheres de Federico Garcia Lorca, Clarice Lispector e outras referências bibliográficas que refletem os conflitos universais.
A alma feminina é desnudada, indo muito além das convenções; somente paixão, pulso e as batidas dos corações que deixam esvair a voz do que realmente se quer, do que realmente se deseja – de ir mais além de paredes irreais.
O fio condutor para esta abordagem é o silêncio, íntimo e pessoal. Onde ressoam tempestades, segredos e sons incontroláveis, que explodem em revelações transformadoras, deflagrando, também, a auto repressão de cada indivíduo.
O trabalho cria um momento – efêmero no espaço e no tempo – de jogo, entre espectadores e atrizes; de compartilhamento de experiências, através das questões levantadas em cena, que levam a reflexões sobre os processos internos de cada indivíduo.
A montagem parte do foco não – realista fazendo uma ponte entre a intriga apresentada e a realidade da mulher contemporânea dentro de um espaço não convencional. Os elementos dialogam entre si, num palco polifônico e é atemporal.
Ficha Técnica:
Roteiro e dramaturgia: Teatro D’Adega.
Concepção e direção: Fabiana Monsalú.
Atrizes criadoras: Elis Meneses, Fernanda Gama e Paula Bega.
Trilha musical: Antonio Novais.
Concepção do espaço cênico: Fabiana Monsalú.
Concepção de figurinos: Lucas Fabrizzio e Melissa Rudalov.
Concepção de luz: Cizo de Souza.
Fotografias: Thiago Russi.
Produção Executiva: Teatro D’Adega e CZ Produções.
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O Sr. Willian Sumiu [em produção]
O Núcleo Adega de Teatro desenvolve há quatro anos uma pesquisa que discute a subversão de clássicos e a hibridização cênica na atuação.
É pensando nestas questões que o Núcleo apresenta o Projeto de Incentivo a Leitura abordado pelo espetáculo “O Senhor William Sumiu!”. Um espetáculo que trata das principais obras de William Shakespeare, aliando as artes cênicas, as artes visuais e o vídeo.
O espetáculo
O Sr. William Shakespeare fará uma palestra. Seus atores estão lhe aguardando e preparando tudo. Um mensageiro informa que Sr. William não poderá comparecer. Ele sumiu!
Os atores narradores embaraçados com a situação - afinal de contas trata-se da reputação de um dos maiores autores de todos os tempos – decidem dar continuidade ao acontecimento, pois viajaram de muito longe para “entreter” o público.
Aproveitam da situação para colocar sua liberdade criativa e artística para recriar as peças de Shakespeare, da forma como sempre vislumbravam, mas nunca fora possível, tal o rigor e apego do autor por sua obra.
Por uma opção democrática decidem fazer um sorteio entre as peças mais famosas. Para que não haja sabotagem é o espectador quem pinça um título de dentro de uma pequena arca. Enquanto o público espera pelo autor, o espaço se transforma num universo fantástico. Com certeza ninguém voltará para casa sem conhecer o Sr. William.
Entre as narrativas a serem sorteadas, MACBETH, ROMEU E JULIETA, HAMLET e SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO.
Essas peças/histórias sempre estarão dentro da estrutura do espetáculo “O Sr. William Sumiu!”, permitindo que a cada sessão possa ser contada uma dessas histórias conforme o sorteio.
Ficha Técnica:
Direção Geral: Fabiana Monsalú
Elenco: Gabriel Bueno, Isadora Lago, Maria Silvia, Mauricio Lagreca e Ricardo Verissimo
Dramaturgo: Tom Dupin
Preparadora Vocal: Maria Silvia
Figurinista: Carolina Bassi
Ator Criador/Cenotécnico: Gabriel Bueno
Designer: Ricardo Verissimo
Iluminador: Cizo de Souza
Sonoplasta: Doutor Ailton
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Em A casa de Bernarda Alba, seu único texto de teatro escrito em prosa, Lorca recorre ao simbolismo para realizar uma nova investida no teatro. Bernarda Alba, personagem central do texto, é uma matriarca dominadora que mantém as cinco filhas, Angústia, Madalena, Martírio, Amélia e Adela sob vigilância implacável, transformando a casa onde vivem, em um pequeno povoado na Espanha, em um caldeirão de tensões prestes a explodir a qualquer momento.
Com a morte de seu segundo marido, Bernarda decretara um luto de oito anos e submete suas filhas à reclusão dentro das frias paredes de sua casa e das janelas cerradas. Duas das moças, porém, apaixonadas por um mesmo galanteador das redondezas, um rapaz de vinte e cinco anos chamado Pepe Romano, desencadeiam no meio daquele luto uma disputa cruel e perigosa para conquistarem o amor daquele mesmo homem, com conseqüências trágicas.
Lorca apropriou-se da idéia de uma casa sem homens para compor o tema central de La Casa de Bernarda Alba, qual seja o lugar da mulher na sociedade espanhola.
Ficha Técnica:
Direção e Adaptação: Fabiana Monsalú
Elenco: Amarilio Sales, Andre Rosa, Andrea Nunes, Ana Cartaxo, Alda Maria, Jussara Matias e Mariana Freire
Critícas:
A montagem inovadora de A Casa de Bernarda Alba, coloca o público dentro de uma arena, numa atmosfera esmagadora.
(Eduarda Uzêda, jornalista, Caderno 2 – Salvador/BA, 2007)
No mais esperado prêmio Braskem de Teatro, A Casa de Bernarda Alba, dirigida por Fabiana Monsalú, recebeu o cobiçado prêmio de melhor espetáculo.
(Eduarda Uzêda, jornalista, Caderno 2 – Salvador/ BA, 2008.)
A luz que emerge da transgressão e do sangue derramado pela intolerância, assim como a repressão extrema numa Espanha governada pelas mão ditatoriais do general Franco, é a mesma revelada pelo talento da diretora Fabiana Monsalú. (Clodoaldo Lobo – critico. Salvador BA, 2008.)
São mãos hábeis as da direção, rigorosas e delicadas. O esmero com a encenação engloba todos os aspectos, a partir da cenografia - também de Fabiana.
A originalidade da peça nasce exatamente do contraste entre dois pólos: o grotesco e o puro, o repressivo e o instintivo, o superego e o id. (Clodoaldo Lobo – critico. Salvador/BA.).